terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um diálogo explicando como funcionam os bancos e como nos enganam

Quase todos temos contas correntes e de poupança e quase todos  pagamos
juros, depositamos , fazemos transferências... Mas praticamente ninguém, nem mesmo a
maior parte dos empregados e directores dos bancos, está a par dos mecanismos que
movem as engrenagens do sistema bancário. O natural seria que, ao abrir uma
conta, cada um fosse devidamente informado a respeito do assunto. É claro que
isso não acontece, mas, em todo caso, nada nos impede de imaginar como seria...

Cliente: Para que existem os bancos?
Banqueiro: Bem... para ganhar dinheiro, naturalmente.
Cliente: Para que os clientes ganhem, claro.
Banco: Não, para que os bancos ganhem.
C: E por que é que  a publicidade bancária não menciona esse facto?
B: Não seria de bom gosto, mas isso está subentendido quando se faz
referência a reservas e coisas do tipo. Esse é o dinheiro que se ganha.
C: Evidentemente, ganha-se esse dinheiro dos clientes...
B: Presumo que sim.
C: Bom, e quando se fala em activos, alude-se também a dinheiro que o banco
ganhou?
B: Não exactamente. Esse é o dinheiro que se usa para ganhar dinheiro.
C: Ah, ok ! Suponho então que o guardem numa caixa-forte...
B: De modo nenhum. Nós  emprestamo-lo aos nossos clientes.
C: Então os senhores não o têm?
B: Não.
C: Então, como podem chamá-lo activo?
B: Porque ele realmente seria assim se pudéssemos recuperá-lo.
C: Mas... certamente têm algum dinheiro guardado em algum lugar!
B: Claro que sim. Normalmente temos uma quantidade igual ao activo, a que
chamamos de passivo.

C: Mas, se o têm... como podem chamá-lo de passivo?

B: Porque não é nosso.
C: Então, por que o têm?
B: Porque os clientes nos emprestaram.
C: Mas, como? Quer dizer que são os clientes que emprestam dinheiro aos bancos?
B: Exacto. Depositam dinheiro  nas nossas contas... e realmente o emprestam ao
banco.
C: E que fazem os bancos com o dinheiro?
B: Emprestam-no de novo aos clientes.
C: Não disse o senhor que o dinheiro que vocês emprestam corresponde aos seus
activos?
B: Sim.
C: Mas então quer dizer que o passivo que vocês recebem dos clientes e o activo
que vocês emprestam... são a mesma coisa!
B:  Bem... Eu não seria tão categórico!
C:  Eu deposito 5000 euros  na minha conta e o banco  deve-me esse dinheiro (que é o
passivo), mas eis que o emprestam a outra pessoa (o activo) e ele... tem que
devolvê-lo. Mas... não são os mesmos 5000 euros ?
B: Com certeza!
C: Então, se ambas as operações se anulam... os bancos NÃO TÊM NENHUM
DINHEIRO!
B: Isso é só em teoria...
C: Esqueça a teoria. Se não têm dinheiro... de onde tiram as suas reservas?
B: Já lhe disse... é simplesmente dinheiro que ganhamos...
C: Como?
B: Se o senhor nos traz 5000 euros , só utilizará, em princípio, dez por cento dessa
quantia. Os pagamentos grandes são feitos com talão. Nós guardamos 500 euros  para
  quando o senhor precisar de dinheiro propriamente dito.

C: E o resto?
B: Bem, a partir de cada um daqueles 500 euros restantes lucramos 5000
C: Vocês lucram 45.000 com base nos meus 5000 iniciais?
B: Claro, pois da mesma forma que o senhor só utiliza 500 dos seus 5000 euros , com os
outros acontece o mesmo.
C: E cobram juros?
B: Claro, ao redor de 19% a 20%, que seria o lucro.
C: Mas são 20% sobre 45.000 euros a partir dos 5000 euros. !
B: Algo assim.
C: E por que não é meu esse lucro? Afinal, não se trata do meu dinheiro?
B: É a aplicação das teorias bancárias...
C: Mas tenho que cobrar-lhes juros, pois se trata do meu dinheiro!
B: Isso o senhor já faz. Dependerá do tipo de conta, desde 0.5% até 6%
ou 8% para depósitos a prazo, dependendo da taxa.
C:  Mas que negócio estou fazendo!
B: Claro que esse juro o senhor recebe no caso de não retirar o seu dinheiro.
C: Mas é claro que vou retirá-lo! Se pensasse nunca mais sacá-lo... eu  teria
enterrado no jardim...
B: Não vamos gostar se o sacar de novo...
C: Por que não? Se o mantenho no banco, o senhor  disse-me que é passivo
(dinheiro que vocês devem)... Penso eu que os senhores ficarão contentes por ver
que reduzo as suas dívidas.
B: Não! Isso não nos interessa.... Se o senhor o retirar não poderemos
emprestá-lo a ninguém!
C: Mas se quero sacá-lo, terão que dá-lo a mim!
B: Certamente.

C: Então... suponha que já emprestaram meu dinheiro a outro cliente.
B: Nesse caso lhe daremos o dinheiro de outra pessoa.
C: Mas... e se essa pessoa também o quiser?
B: O senhor está sendo propositadamente obtuso!
C: Pois eu acho que estou sendo é agudo. O que aconteceria se todo mundo
quisesse seu dinheiro ao mesmo tempo?
B: A teoria bancária diz que isso não acontecerá NUNCA.
C: Claro. Enfim, acho que já falámos bastante.
B: Bem, prezado cliente, agora o senhor não tem mais que depositar uma quantia
para abrir sua conta.
C: Ah, sim, agradeço. Mas, pensando bem, se vou abrir uma conta... não seria
melhor negócio que eu abrisse um banco?




Fonte: http://www.realidadeoculta.com

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